
O primeiro contato com a literatura japonesa se deu ainda no início da faculdade quando comprei o livro de tankas de Takuboku Ishikawa. Depois fui me dar conta da relevânica da poética japonesa, especificamente dos haicais, quando fui estudar a literatura brasileira da chamada geração marginal, do grupo em torno de Leminski.
Tempos depois adquiri "Trilha Estreita ao Confim", coletânea de haicais do mestre Bashô. Em seguida, fui às narrativas de Kawabata(prêmio nobel de literatura de 1968), de Junichiro Tanizaki ("As Irmãs Makioka", calhamaço q traz um retrato fantástico da ocidentalização do Japão na primeira metade do século XX) e encontrei o doce e sutil "Crônicas da estação das chuvas" do desconhecido (em terras brasileiras, lógico!) Nagai Kafu.
De poesia encontrei também o pequeno volume "Descabelados" com poemas da inovadora Yosano Akiko, poetisa da vanguarda japonesa, feminista e dona de uma voz erótica linda:
para castigar
os homens por todos seus
pecados herdei
a pele transparente
longos pêlos corvinos
Ainda há mais na minha estante para ler (mais Tanizaki, Murakami, Kawabata, Akutagawa, Kenzaburo Oe...). Dispor de mais tempo...
Deitado, pensava nas coisas.
A mão descansando
do peso do livro. (Ishikawa)
aos do mundo profano
floresce incógnita
a castanheira
(Bashô)
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