sábado, 23 de junho de 2012

+ Drummond

LIVRARIA ALVES
Primeira livraria, Rua da Bahia.
A Carne de Jesus, por Almáquio Diniz
(não leiam! obra excomungada pela Igreja)
rutila no aquário da vitrina.
Terror visual na tarde de domingo.

Volto parao colégio. O título sacrílego
relampeja na consciência.
Livraria, lugar de danação,
lugar de descoberta.

Um dia, quando? Vou entrar naquela casa
vou comprar
um livro mais terrível que o de Almáquio
e nele me perder - e me encontar.

sábado, 16 de junho de 2012

Raízes

          Quando colegial, como eu gostava do cheiro úmido das raízes dos vegetais! Porém, ao lado desse mundo natural, queriam fazer-me acreditar no mundo seco das raízes quadradas, que para mim tinham algo de incompreensíveis signos de linguagem marciana. Mas a tortura máxima eram as raízes cúbicas.  Felizmente agora o robôs tomaram conta disso e de outras coisas parecidas com eles... Felizmente não mais existe o meu velho professor de matemática. Senão ele morreria aos poucos  de raiva e frustração por se ver sobrepujado, por me ver continuando a fazer coisas aparentemente insólitas porque não constam de currículos e compêndios, porque agora, meu caro professor, agora o marciano sou eu mesmo.