A velocidade de postagens neste blog anda bem lenta, mas isso é por conta de outras incursões minhas em outros territórios, distintos, entretanto afins à literatura.
Para compensar isso, que não é distância, mas viagem em paralelo, das duas retas q se encontram no infinito, deixo aqui o relato de minha leitura de O Último Cabalista de Lisboa, escrito pelo judeu americano, naturalizado português, Richard Zimler.
O livro é uma reconstrução histórica dos confrontos produzidos pela Inquisição portuguesa na Lisboa no ano de 1506. Fatos e personagens reais e fictícios mesclam-se numa narrativa que descreve, às vezes de forma ácida, o massacre de judeus em um Portugal governado por um Dom Manuel complacente e covarde. Em termos de enredo policial e de suspense, o livro cumpre aquilo que é - um livro que segue roteiros tradicionais de literatura policial porque não pretende ter como leitor o erudito, mas a massa. Entretanto, como reconstrução histórica é muuiito bom. Constitui, para nós no Brasil contemporâneo, infelizmente, um livro de leitura obrigatória porque mostra a que ponto o fanatismo religioso, insuflado por intenções políticas e econômicas, pode levar um país.
Fernanda Meireles, 22.09.2013