Meu segundo Kawabata. Depois de "Beleza e Tristeza", ler "O Som da Montanha" é encontrar um Kawabata mais lírico e mais depurado ainda. E isso, em se tratando de Kawabata, é um exercício de maestria do qual se é difícil se aproximar porque a obra é construída com tal esmero q temos plena vivência da fronteira em q vive o personagem Shingo Ogata, nos perdendo dentro de seus conflitos nos quais sua mente que se quer lançar no que está além do mundo cotidiano e uma vida cotidiana q o clama para bx, para o confronto com os demônios pessoais de uma família em esfacelamento.É mais q um romance sobre o Japão pós segunda guerra, é mais q um romance sobre um homem velho q nada mais quer q viver em contemplação o que lhe resta da beleza e do erotismo desta vida. É um livro sobre estar aqui e se saber não ser daqui, mas ainda assim querer beber até a última gota, pois foi para isso q viemos. E fazer isso com suprema simplicidade, que é a arte de estar não sendo, que é a arte de manejar a espada da ação como um pintor maneja o pincel na construção do delicado traço. É preciso ter acima de tudo o domínio da força. Isso é o Som da Montanha.
Fernanda Meireles, 18/08/2013.
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