minha irmã chegou em casa encharcada
mas isso poderia ser só uma crônica de primavera
não fosse o silêncio que se instalou depois da chuva
e a brisa fresca, meio fria,
assim deixando minha pele viva e indolente
e então a insônia veio
e com eles
o meu silêncio povoado de silêncios antigos
a noite ficou enorme
uma latinha de cerveja
não foi páreo pra derrubar tudo que flutuava
no rio q sou
o vento me beijava a pele
a janela me abria pra um mundo lavado
e puro
beijei o céu e o espaço circundante
beijei aquele silêncio q me deixava ser o que sou
sem pressa e sem necessidade de respostas
eu me lembrei de caetano
porque fiz essa canção
na esperança de q a manhã nascesse azul
na esperança de q amanhã eu nasça azul
Fernanda Meireles, 02.12.2010
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