quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

noite de primavera

no início da noite caiu uma chuva forte
minha irmã chegou em casa encharcada

mas isso poderia ser só uma crônica de primavera
não fosse o silêncio que se instalou depois da chuva
e a brisa fresca, meio fria,
assim deixando minha pele viva e indolente
e então a insônia veio
e com eles
o meu silêncio povoado de silêncios antigos
a noite ficou enorme

uma latinha de cerveja
não foi páreo pra derrubar tudo que flutuava
no rio q sou

o vento me beijava a pele
a janela me abria pra um mundo lavado
e puro

beijei o céu e o espaço circundante

beijei aquele silêncio q me deixava ser o que sou
sem pressa e sem necessidade de respostas

eu me lembrei de caetano
porque fiz essa canção
na esperança de q a manhã nascesse azul

na esperança de q amanhã eu nasça azul
Fernanda Meireles, 02.12.2010

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