domingo, 18 de novembro de 2012

Sísifo no bar

       De Grécias longíquas e Egitos atemporais, minha voz revela o humano, demasiado humano, fracasso de dizer o essencial, o exato essencial. Um brinde a esse pérpetuo fracasso humano. Por conta dele, erguemos civilizações e queimamos almas em praça pública. Hoje, minguamos devagar, em depressivos conta-gotas ou nos metralhamos nas ruas. Fracassaremos sempre, até não ser mais necessário tentar nada. Até lá levaremos nossa obra até os píncaros para, em seguida, vê-la despencar abismo abaixo. Dia-a-dia, sisificamente, cumprimos nossa humana sina.
       Ei garçon, desce mais uma que amanhã é segunda, depois de um feriadão, e eu me recuso a ver o Domingão.
       Salve Quintana. Salve.
                                                          Fernanda Meireles

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