sábado, 22 de outubro de 2011

Literatura japonesa

        Com esse post começo a pôr em dia minha dívida com a literatura japonesa. Sei que esparsamente tenho publicado haicais ou pequenos poemas de Yosano Akiko, mas ainda assim estava devendo meu depoimento sobre essa paixão que ocupa uma pequena parte da minha estante. Hoje, agora pela manhã, terminei de ler o relato autobiográfico de Kurosawa, que adquiri depois de ler um comentário do José Castello d'O Globo. Encontrei nele muito do q havia visto em Sonhos e depois, pelo final do livro, ele afirma q o filme é realmente formado por coisas marcantes q viveu. O livro cobre o período da infância até a produção de Rashomon por volta de 1950.  A ausência dos anos posteriores foi uma decisão do próprio Kurosawa.
          O primeiro contato com a literatura japonesa se deu ainda no início da faculdade quando comprei o livro de tankas de Takuboku Ishikawa. Depois fui me dar conta da relevânica da poética japonesa, especificamente dos haicais, quando fui estudar a literatura brasileira da chamada geração marginal, do grupo em torno de Leminski.
     Tempos depois adquiri "Trilha Estreita ao Confim", coletânea de haicais do mestre Bashô. Em seguida, fui às narrativas de Kawabata(prêmio nobel de literatura de 1968), de Junichiro Tanizaki ("As Irmãs Makioka", calhamaço q traz um retrato fantástico da ocidentalização do Japão na primeira metade do século XX) e encontrei o doce e sutil "Crônicas da estação das chuvas" do desconhecido (em terras brasileiras, lógico!) Nagai Kafu.
         De poesia encontrei também o pequeno volume "Descabelados" com poemas da inovadora Yosano Akiko, poetisa da vanguarda japonesa, feminista e dona de uma voz erótica linda:
                 para castigar
         os homens por todos seus
                pecados herdei
        a pele transparente
        longos pêlos corvinos
            Ainda há mais na minha estante para ler (mais Tanizaki, Murakami, Kawabata, Akutagawa, Kenzaburo Oe...). Dispor de mais tempo...     
                 
Deitado, pensava nas coisas.
A mão descansando
do peso do livro. (Ishikawa)

aos do mundo profano
  floresce incógnita
    a castanheira
           (Bashô)

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