Ando lendo a intervalos, entre uma atividade de sala de aula, entre uma escola e outra, Perto do Coração Selvagem, livro de Clarice Lispector q eu ainda não tinha lido. Mais uma vez, Clarice serve como divisa pra coisas e tempos q vivo. Tocando neste coração selvagem, um outro em mim pulsa mais forte. Uma fenda no que sou se alarga, dando passagem a possibilidades de ser que pulsavam em silêncio nas negras sombras do meu não-ser. Fronteiras que se dissolvem num contínuo de existência assim atemporal, mas num instante-já. O grande sertão dentro da gente, como dizia Guimarães Rosa, que é em essência o q verdadeiramente somos. Deixo trechos do livro e um link com uma leitura.
“E foi tão corpo que foi puro espírito. Atravessou os acontecimentos e as horas imaterial, esgueirando-se entre eles com a leveza de um instante.”
“As coisas principais assaltavam-na em quaisquer momentos, também nos vazios, enchendo-os de significados.”
“O silêncio se prolongava à espera do que pudessem dizer. Mas nenhum dos dois descobria no outro o começo de uma palavra. Fundiam-se ambos na quietude.”
"...tu és um corpo vivendo, eu sou um corpo vivendo, nada mais. (...) cada um com um corpo, empurrando-o para frente, querendo sofregamente vivê-lo."
O link: http://www.youtube.com/watch?v=_tKjbkYoi1E
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