Minha tia me contou do embate com as formigas que atacavam as roseiras: "precisava ver o carreiro colorido subindo o muro". Alma de artista, mesmo... da escolha da paleta de cores ao fazer seus bordados, todos modificados "porque as revistas deixam os riscos sempre muito apagados, sem vida", ao flagrante das formigas.
Uma sabiazinha fez ninho na samambaia da varanda. Por causa dela e de seu tempo de espera, a casa vive atenta. Não se pode brincar, gritar ou fazer tumulto na varanda. Esta é a nova lei lá em casa. Respeito e agradecimento pela escolha. "E não é qualquer sabiá, é sabiá do mato, mais arisco", diz minha tia. Minha irmã fotografou o evento, depois posto aqui.
De tardinha, levei minha sobrinha e uma amiguinha pra tomarmos sorvete. Estava uma tarde calma embora a cidade estivesse começando a encher por causa do carnaval de época. Minha alma estava leve na leveza do riso delas. Voltamos com o início da noite, havia um fiapo de lua por entre as nuvens. Na loja de roupas de época tocavam um jazz, Miles Davis, Parker ou Gillespie, algo assim de 40... No céu noturno e leve uma estrela devagarinho foi brotando... A natureza estava em silêncio, tudo parado, sem nenhum movimento naquela hora sagrada de Anubis. Nós três voltavamos pra casa aprendendo que ser mulher é o eterno paradoxo de buscar a leveza sendo carne.
poesia é verbo.
ResponderExcluirem momentos assim, a vida poesia.