Eu já estava me preparando para dormir sem fazer este post. E isso seria um sacrilégio, porque hoje me aconteceu algo q prometi, deixaria registrado. Eu estava na Praça da Estação, no ponto do ônibus, esperando o dito cujo pra ir para a escola. Era umas dez e quinze da manhã... Eu estava pensando no livro de Milan Kundera, "A Arte do Romance", do qual eu havia lido alguns trechos logo depois do café da manhã. Pensava especificamente no que ele fala sobre a leveza de seu personagem Tomas de "A Insustentável Leveza do Ser". Pensava também no quanto alcançar esta leveza exige de outros que, como a outra personagem do mesmo romance, Tereza, não nascem 'naturalmente' leves, mas sim marcados pela vertigem. Daí me lembrei também de FPessoa e sua proposta estética da alquimia no fazer literário, no fazer artístico, na construção da própria vida. E, então, eis que recebo a visita abaixo:
Uma Catonephele Numilia Penthia pousou no meu ombro esquerdo e ali quis ficar. Suas asas foram se acalmando até q ela ficou ali imóvel. E eu não sabia o q fazer porque as pessoas me olhavam: eu tinha uma borboleta pousada em meu ombro, calma e sossegadamente pousada, como se eu fosse flor, sua casa, seu descanso.
Era uma resposta porque aquela leveza havia exigido tanto daquele ser. Havia exigido a fase de ovo, de lagarta, mas naqueles estados densos anteriormente vividos morava a promessa dessa leveza q agora estava ali comigo, em mim.
E eu o q fazer com ela? Já fazia uns cinco minutos. E se o ônibus chegasse? Talvez ela tivesse resolvido seguir comigo, porque não fazia o menor sinal de voar. Como estar dentro de um ônibus com aquela leveza junto a mim? As pessoas ficariam incomodadas (mundo avesso mesmo...). Então resolvi ir até a praça do outro lado da rua e a depus em silencioso agradecimento junto de algumas flores. Ela foi com calma e paz e eu voltei para o ponto do ônibus atrasada e agradecida porque a leveza havia pousado em mim.
Deixar de fazer este post seria realmente um sacrilégio.
seres leves procuram
ResponderExcluire encontram
seres leves para encostar
O q mais me marcou foi perceber a minha sintonia com um monte de coisa na minha vida. Foi uma resposta tão bela pra uma pergunta q tenho me feito muito ultimamente.
ResponderExcluirO Deus das pequenas coisas...
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