sábado, 7 de janeiro de 2012

Das relações humanas no sec. XXI (aquele que era para ter sido, mas parece q não vai ser)

Então um bate à porta do outro
Num movimento puro de aproximação,
Em oferta sentimentos ancestrais de bem querência.
Mas o outro,
Assustado com o som da campainha,
Esconde-se no cômodo mais escuro,
Mais fundo.
Acocora-se a um canto
Repleto de medo do q seja aquela oferta,
Pleno de medo de querê-la mais q tudo nessa vida.
Para sustentar sua atitude,
Mil outros que lhe dizem, cotidianamente,
Para ter cuidado supremo com atitudes ingênuas
De qualquer um que se mostre livre de intenções
Porque, afinal, neste mundo não existe ninguém livre de intenções
(nem este q lhe aconselha, mas isso é um detalhe).

Então, o outro permanece à porta.
Poderia arrombá-la,
Forçá-la até que a fechadura se rompesse.
Tem força pra isso.
Entretanto, não seria a mesma coisa.
Não seria verdadeiro,
Como alguém abrindo a porta,
Sorriso largo,
Coração em festa.
Mas não. Isto não existe.
O amor puro é coisa de ficção,
Só existe nos livros ou telenovelas.
Só um idiota acreditaria nele.

E o idiota continua lá fora,
O vento frio na cara,
A esperar que sua utopia
Brote no coração do dono da casa.
Vai morrer de esperar
Ou parar num hospital
Com mais de quarenta de febre
E o pulmão infeccionado.

A vida, hoje, é pragmática.
                              Fernanda Meireles


http://www.youtube.com/watch?v=XDGslRy2lPI 
Dreamer, dreamer
Like a foul I thought
That it could be
Dream on, dream on,
So that someone
Will understand me
What do I say
When I fell to much
I think by now
I’m wasting time
I’m going
Oh, Lord I’m gone
You are the essence
Of my mind
Lord dreamer
I’m a dreamer
Like a foul I thought
That it could be
Dream on, dream on,
Sure that someone
Someone will understand me

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