CANTO DE SOMBRA
O canto de sombra e umidade no quintal.
Do muro de pedra escorre o fio d'água,
manso, no verde limoso, eternamente.
Uma gota e outra gota, no silêncio
onde só as formigas trabalham
e dorme um gato e dorme o futuro das coisas
que doerão em mim, desprevenido.
Crescem , rasteiras, plantas sem pretensão
de utilidade ou beleza.
Tudo simples. Anônimo.
O sol é um ouro breve. A paz existe
na lata abandonada de conserva
e no mundo.
Eu e minhas incursões pelo fundo do quintal, quando menina, buscando a desimportância das coisas. Nessa época eu já intuía Manoel de Barros.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Memórias de menina cantadas no Boitempo
QUARTO ESCURO
Por que este nome, ao sol? Tudo escurece
de súbito na casa. Estou sem olhos.
Aqui decerto guardam-se guardados
sem forma, sem sentido. É quarto feito
pensadamente para me intrigar.
O que nele se põe assume outra matéria
e nunca mais regressa ao que era antes.
Eu mesmo, se transponho
o umbral enigmático,
fico outro ser, de mim desconhecio.
Sou coisa inanimada, bicho preso
em jaula de esquecer, que se afastou
de movimento e fome. Esta pesada
cobertura de sombra nega o tato,
o olfato, o ouvido. Exalo-me. Enoiteço.
O quarto escuro em mim habita. Sou
o quarto escuro. Sem lucarna.
Sem óculo. Os antigos
condenam-me a esta forma de castigo.
(O quarto escuro na casa da minha avó paterna e os meus medos de menina superados pela minha ardente sede de conhecer o outro lado.)
Por que este nome, ao sol? Tudo escurece
de súbito na casa. Estou sem olhos.
Aqui decerto guardam-se guardados
sem forma, sem sentido. É quarto feito
pensadamente para me intrigar.
O que nele se põe assume outra matéria
e nunca mais regressa ao que era antes.
Eu mesmo, se transponho
o umbral enigmático,
fico outro ser, de mim desconhecio.
Sou coisa inanimada, bicho preso
em jaula de esquecer, que se afastou
de movimento e fome. Esta pesada
cobertura de sombra nega o tato,
o olfato, o ouvido. Exalo-me. Enoiteço.
O quarto escuro em mim habita. Sou
o quarto escuro. Sem lucarna.
Sem óculo. Os antigos
condenam-me a esta forma de castigo.
(O quarto escuro na casa da minha avó paterna e os meus medos de menina superados pela minha ardente sede de conhecer o outro lado.)
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Semelhanças & diferenças
Deus criou o mundo "e viu que era bom". Desde então, nunca faltou um poeta que igualmente criou algo e também viu que era bom. Mas trata-se de poetas medíocres...
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Fazer e sentir
O que há de inumano, quero dizer, não natural no teatro clássico é que cada palavra tem um significado e uma conseqüência no desenlace. Quando, por exemplo, desabafamos a respeito de alguém: "Tomara que morra!" - isso é apenas um alívio para a gente e para o supradito alguém, porque continua como dantes. Mas, se a coisa se passa, no palco, temos de matar ou mandar matar o outro - o que seria, na vida do lado de cá, uma grande estopa para ambas as partes.
Desconfio até que já disse num desses 'agás' que a gente adoece é de nome feio recolhido. Desabafemos, pois, desabafemos...
Nem me digam que o teatro ou o cinema, que são no final a mesma coisa, desperta os nossos maus instintos. Pelo contrário, libera-os. Se você está com raiva de Fulano, basta encarná-lo no vilão do filme, até que o "O Mocinho" (você mesmo!) o deita abaixo com um soco definitivo e depois, ao encontrá-lo na rua, até o cumprimentará com um condescendente sorriso de piedade.
Em verdade, não estou sozinho no meu ponto de vista. Certa vez, numa clínica mental, ao examinar a sua biblioteca heteróclita (não propositadamente escolhida mas feita de livros doados), espantei-me do assunto de alguns que eu já conhecia e indaguei do médico que me acompanhava se acaso não teriam má influência no espírito dos internados.
E, ante a minha preocupação, ele respondeu-me com um sorriso:
__Não. Em vez de 'fazerem', eles lêem...
Desconfio até que já disse num desses 'agás' que a gente adoece é de nome feio recolhido. Desabafemos, pois, desabafemos...
Nem me digam que o teatro ou o cinema, que são no final a mesma coisa, desperta os nossos maus instintos. Pelo contrário, libera-os. Se você está com raiva de Fulano, basta encarná-lo no vilão do filme, até que o "O Mocinho" (você mesmo!) o deita abaixo com um soco definitivo e depois, ao encontrá-lo na rua, até o cumprimentará com um condescendente sorriso de piedade.
Em verdade, não estou sozinho no meu ponto de vista. Certa vez, numa clínica mental, ao examinar a sua biblioteca heteróclita (não propositadamente escolhida mas feita de livros doados), espantei-me do assunto de alguns que eu já conhecia e indaguei do médico que me acompanhava se acaso não teriam má influência no espírito dos internados.
E, ante a minha preocupação, ele respondeu-me com um sorriso:
__Não. Em vez de 'fazerem', eles lêem...
Degradação
Tenho uma enorme pena dos homens famosos, que por isso mesmo perderam sua vida íntima e são como esses animais do Zoológico, que fazem tudo à vista do público.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Oficina Irritada em finlandês
Haluan luoda ankaran sonetin
jota kukaan runoilija ei uskalla kirjoittaa.
Haluan maalata hämärän sonetin,
kuivan ja vaikeaselkoisen.
Haluan että sonettini ei herätä tulevaisuudessa
kenessäkään mitään nautintoa
ja että se vihamielisyydessään ja kypsymättömyydessään
samalla osaa olla eikä osaa olla.
Antipateettisen ja epäpuhtaan verbini
täytyy kiihottaa ja saada kärsimään
kuin jalkojenhoitaja Venuksenjänteen.
Kukaan ei muista sitä, heittoa muurilla,
koiraa kusemassa kaaoksessa, kun Arcturus,
selvä arvoitus, lakkaa yllättämästä.
A fonte é http://arjentola.blogspot.com/2006_11_01_archive.html.
jota kukaan runoilija ei uskalla kirjoittaa.
Haluan maalata hämärän sonetin,
kuivan ja vaikeaselkoisen.
Haluan että sonettini ei herätä tulevaisuudessa
kenessäkään mitään nautintoa
ja että se vihamielisyydessään ja kypsymättömyydessään
samalla osaa olla eikä osaa olla.
Antipateettisen ja epäpuhtaan verbini
täytyy kiihottaa ja saada kärsimään
kuin jalkojenhoitaja Venuksenjänteen.
Kukaan ei muista sitä, heittoa muurilla,
koiraa kusemassa kaaoksessa, kun Arcturus,
selvä arvoitus, lakkaa yllättämästä.
A fonte é http://arjentola.blogspot.com/2006_11_01_archive.html.
Memórias de menina cantadas no Boitempo
PROCURAR O QUÊ
O que a gente procura muito e sempre não é isto nem aquilo. É
outra coisa.
Se me perguntam que coisa é essa, não respondo, porque não é
da conta de ninguém o que estou procurando.
Mesmo que quisesse responder, eu não podia. Não sei o que pro-
curo. Deve ser por isso mesmo que procuro.
Me chamam de bobo porque vivo olhando aqui e ali, nos ninhos,
nos caramujos, nas panelas, nas folhas de bananeira, nas gre-
tas do muro, nos espaços vazios.
Até agora não encontrei nada. Ou encontrei coisas que não eram
a coisa procurada sem saber, e desejada.
Meu irmão diz que não tenho mesmo jeito, porque não sinto o
prazer dos outros na água do açude, na comida, na manja,
e procuro inventar um prazer que ninguém sentiu ainda.
Ele tem experiência de mato e de cidade, sabe explorar os mundos,
as horas. Eu tropeço no possível, e não desisto de fazer
a descoberta do que tem dentro da casca do impossível.
Um dia descubro. Vai ser fácil, existente, de pegar na mão e sen-
tir. Não sei o que é. Não imagino forma, cor, tamanho.Nesse
dia vou rir de todos.
Ou não. A coisa que me espera, não poderei mostrar a ninguém.
Há de ser invisível para todo mundo, menos para mim, que
de tanto procurar fiquei com merecimento de achar e direito
de esconder.
O que a gente procura muito e sempre não é isto nem aquilo. É
outra coisa.
Se me perguntam que coisa é essa, não respondo, porque não é
da conta de ninguém o que estou procurando.
Mesmo que quisesse responder, eu não podia. Não sei o que pro-
curo. Deve ser por isso mesmo que procuro.
Me chamam de bobo porque vivo olhando aqui e ali, nos ninhos,
nos caramujos, nas panelas, nas folhas de bananeira, nas gre-
tas do muro, nos espaços vazios.
Até agora não encontrei nada. Ou encontrei coisas que não eram
a coisa procurada sem saber, e desejada.
Meu irmão diz que não tenho mesmo jeito, porque não sinto o
prazer dos outros na água do açude, na comida, na manja,
e procuro inventar um prazer que ninguém sentiu ainda.
Ele tem experiência de mato e de cidade, sabe explorar os mundos,
as horas. Eu tropeço no possível, e não desisto de fazer
a descoberta do que tem dentro da casca do impossível.
Um dia descubro. Vai ser fácil, existente, de pegar na mão e sen-
tir. Não sei o que é. Não imagino forma, cor, tamanho.Nesse
dia vou rir de todos.
Ou não. A coisa que me espera, não poderei mostrar a ninguém.
Há de ser invisível para todo mundo, menos para mim, que
de tanto procurar fiquei com merecimento de achar e direito
de esconder.
Home Sweet Home
Pois é, depois de três meses convivendo com a burocracia brasileira, finalmente eu consegui assinar com a Caixa e começar minha casa. As obras se iniciaram esta semana e eu estava lá, encarando aquele terreno cheio de buracos como se fosse a própria visão do paraíso. É mais um sonho q consigo, tijolo a tijolo, literal e metaforicamente falando, construir nessa minha vida de mulher brasileira.
Bom chega de blá, blá, blá e vamos às fotos:Ela está assim:
Mas vai ficar assim:
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Memórias de menina cantadas no Boitempo
NOMES
As bestas chamam-se Andorinha, Neblina
ou Baronesa, Marquesa, Princesa.
Esta é Sereia,
aquela, Pelintra,
e tem a bela Estrela.
Relógio, Soberbo e Lambari são burros.
O cavalo, simplesmente Majestade.
O boi Besouro,
outro, Beija-flor
e Pintassilgo, Camarão,
Bordado.
Tem mesmo o boi chamado Labirinto.
Ciganinha, esta vaca; outra, Redonda.
Assim pastam os nomes pelo campo,
ligados à criação. Todo animal
é mágico.
As bestas chamam-se Andorinha, Neblina
ou Baronesa, Marquesa, Princesa.
Esta é Sereia,
aquela, Pelintra,
e tem a bela Estrela.
Relógio, Soberbo e Lambari são burros.
O cavalo, simplesmente Majestade.
O boi Besouro,
outro, Beija-flor
e Pintassilgo, Camarão,
Bordado.
Tem mesmo o boi chamado Labirinto.
Ciganinha, esta vaca; outra, Redonda.
Assim pastam os nomes pelo campo,
ligados à criação. Todo animal
é mágico.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Leituras
No ritmo em q estou, antes do mês fechar, já devorei o box da Virgínia Woolf q comprei em super promoção na Submarino (agradecerei sempre à Ju pela dica).
Neste fds, li "Os anos", livro em q a autora recria ficticiamente a história de sua vida e familiares contadas através dos anos, partindo de 1880. É o estilo da autora recriando nele tb a história da Europa e da Inglaterra no início do século vinte, sem deixar de mencionar as questões econômincas (crise de 1929) e a guerra (1ª guerra mundial). Entretanto, esses fatos funcionam como um pano de fundo para o trabalho com os personagens, suas vidas e seus relacionamentos. Se vc espera uma narrativa clássica em q a cadeia causal está ali toda expressa, sem exigir do leitor a construção de elos entre pessoas e fatos, desista. É Virgínia Woolf escrevendo, este foi seu penúiltimo livro. É Virgínia no auge de sua forma.
Trechos de Quem tem medo de Virginia Woolf, com Elizabeth Taylor e Mike Nichols:
http://www.youtube.com/watch?v=VQeJr65CBVE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=_H7IRs1vmS4&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=3lNZmMv9WTk&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=Lz1MpQ0n_ag&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=2Xqc3r3uKJY&NR=1
Trechos de Quem tem medo de Virginia Woolf, com Elizabeth Taylor e Mike Nichols:
http://www.youtube.com/watch?v=VQeJr65CBVE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=_H7IRs1vmS4&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=3lNZmMv9WTk&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=Lz1MpQ0n_ag&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=2Xqc3r3uKJY&NR=1
sábado, 9 de julho de 2011
brazilian blues
Essa música era meu hino aos dezoito anos:
Forasteiro
Celso Blues Boy
Eu venho de muitos lugares
de muitas mil milhas daqui
Beba um à minha sorte
Pois de repente eu vou sumir
Nada do que eu penso ou saiba
Apenas só o que vivi
Reparei todas as faces
Dos mil lugares de onde vim
A cada porta há uma estrada
O caminho não tem fim
O forasteiro sem destino
O caminho não tem fim
Escutei rios correndo
Olhei o vôo do condor
Estrada, terra, sangue e aço
Nada me prende, eu vou seguir
Pois venho de muitos lugares
de muitas mil milhas daqui
Beba um à minha sorte
Pois de repente, eu vou sumir
A cada porta há uma estrada
O caminho não tem fim
Forasteiro sem destino
O caminho não tem fim
.................................
O álbum é Marginal Blues de 1986:
*Não achei nenhum link com uma apresentação desta música, então posto esse video clip da música Mississipi encontrado no site do cantor:
http://www.celsobluesboy.com.br/discografia.php?id=2
Forasteiro
Celso Blues Boy
Eu venho de muitos lugares
de muitas mil milhas daqui
Beba um à minha sorte
Pois de repente eu vou sumir
Nada do que eu penso ou saiba
Apenas só o que vivi
Reparei todas as faces
Dos mil lugares de onde vim
A cada porta há uma estrada
O caminho não tem fim
O forasteiro sem destino
O caminho não tem fim
Escutei rios correndo
Olhei o vôo do condor
Estrada, terra, sangue e aço
Nada me prende, eu vou seguir
Pois venho de muitos lugares
de muitas mil milhas daqui
Beba um à minha sorte
Pois de repente, eu vou sumir
A cada porta há uma estrada
O caminho não tem fim
Forasteiro sem destino
O caminho não tem fim
.................................
O álbum é Marginal Blues de 1986:
*Não achei nenhum link com uma apresentação desta música, então posto esse video clip da música Mississipi encontrado no site do cantor:
http://www.celsobluesboy.com.br/discografia.php?id=2
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Leituras
Eu vou aqui colocar o resumo e as informações básicas encontradas na wikipédia, mas na net tem muito mais. Detalhe: eu gostei muito do livro. O romance tem uma narrativa mais enxuta, sem dtelhamentos e descrições de costumes e figurinos. E a construção do personagem de Mr Darcy foi muito interessante, bem como a apresentação da sociedade britância da época.
Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito) é um romance da escritora britânica Jane Austen. Publicado pela primeira vez em 1813, na verdade havia sido terminado em 1797, antes de ela completar 21 anos, em Steventon, Hampshire, onde Jane morava com os pais. Originalmente denominado First Impressions, nunca foi publicado sob aquele título; ao fazer a revisão dos escritos, Jane intitulou a obra e a publicou como Pride and Prejudice. Austen pode ter tido em mente o capítulo final do romance de Fanny Burney, Cecilia, chamado "Pride and Prejudice".
Apesar de a história se ambientar no século XIX, tem exercido fascínio mesmo nos leitores modernos, continuando no topo da lista dos livros preferidos e sob a consideração da crítica literária. O interesse atual é resultado de um grande número de adaptações e até de pretensas imitações dos temas e personagens abordados por Austen.
Os links para ver trechos do filme de 2005. Estão em ordem.
http://www.youtube.com/watch?v=F5jTZ5lZ4lE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=yHz_kiSlSoU&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=VL6dqus6YMg&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=EUz-zh7ZjA0&NR=1
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Reencontrando "O Planeta Proibido"
Nessa tarde de férias, fria e silenciosa, fechada em casa, não sei porque me veio à lembrança um filme de ficção científica ao qual assistira ainda na adolescência numa Sessão da Tarde. Possivlemente pode ter sido numa quinta-feira de julho fria e silenciosa como esta. Mas não sei porque, me lembrei do filme e de uma angústia q me acompanhava: não conseguia lembrar-me do nom do filme, apenas do enredo. E essa dúvida de vez em quando às vezes me surgia. Sei q o filme na época me tocou muito, pois dele ñunca me esqeuci, considerando as infinitas Sessões da Tarde a q assisti.
Entretanto, hoje eu estava armada. O computador estava ligado e o Santo Google acionado. Busquei pelos filmes de ficção científica da década de 60 e aí está ele:
O Planeta Proibido:
Em 2200, a nave United Planets Cruiser C-57D é enviada ao planeta Altair IV, no sistema estelar da estrela Altair, a 16 anos-luz da Terra, para descobrir o que teria acontecido com a expedição Belerofonte, que partira 20 anos antes. Quando a nave aterrisa no estranho planeta, a tripulação logo detecta um imenso poder em volta da nave.
Em seguida conseguem contatar pelo rádio o Dr. Edward Morbius (que corresponde a Próspero da peça clássica), o psicólogo da expedição perdida, que envia seu servo robô Robby para conduzir o capitão da nave, o primeiro oficial e o médico da tripulação para a sua morada. Morbius explica que após 1 ano da chegada, uma força desconhecida vaporizou os membros da expedição, só restando ele, sua filha e sua esposa (que morreu de causas naturais). Morbius entrou em contato com a avançada tecnologia deixada por seres que habitaram o planeta no passado (chamados de Krell), incluindo Robby e o sistema de segurança que protege a morada do cientista. Ele pede ao comandante e sua tripulação que deixem o planeta, com receio de que eles sofram o mesmo destino que vitimara seus antigos companheiros. Mas o comandante está determinado a enfrentar o perigo desconhecido e mortal que os ronda. Forbidden Planet (O Planeta Proibido) é um filme estadunidense, do ano de 1956, do gênero ficção científica, dirigido por Fred M. Wilcox. O roteiro, inspirado na peça A tempestade, de Shakespeare, depois foi adaptado para a literatura por W.J. Stuart. Além dos excelentes efeitos especiais, o filme traz um dos mais famosos e influentes personagens de ficção científica da história do cinema internacional: Robby - O Robô (que apareceria em outro filme, The Invisible Boy). Também serviu de inspiração para a futura série Star Trek, conforme contou Gene Roddenberry em sua autobiografia.
O trailer:
http://www.youtube.com/watch?v=lEfRieBpDVg
Entretanto, hoje eu estava armada. O computador estava ligado e o Santo Google acionado. Busquei pelos filmes de ficção científica da década de 60 e aí está ele:
O Planeta Proibido:
Em 2200, a nave United Planets Cruiser C-57D é enviada ao planeta Altair IV, no sistema estelar da estrela Altair, a 16 anos-luz da Terra, para descobrir o que teria acontecido com a expedição Belerofonte, que partira 20 anos antes. Quando a nave aterrisa no estranho planeta, a tripulação logo detecta um imenso poder em volta da nave.
Em seguida conseguem contatar pelo rádio o Dr. Edward Morbius (que corresponde a Próspero da peça clássica), o psicólogo da expedição perdida, que envia seu servo robô Robby para conduzir o capitão da nave, o primeiro oficial e o médico da tripulação para a sua morada. Morbius explica que após 1 ano da chegada, uma força desconhecida vaporizou os membros da expedição, só restando ele, sua filha e sua esposa (que morreu de causas naturais). Morbius entrou em contato com a avançada tecnologia deixada por seres que habitaram o planeta no passado (chamados de Krell), incluindo Robby e o sistema de segurança que protege a morada do cientista. Ele pede ao comandante e sua tripulação que deixem o planeta, com receio de que eles sofram o mesmo destino que vitimara seus antigos companheiros. Mas o comandante está determinado a enfrentar o perigo desconhecido e mortal que os ronda. Forbidden Planet (O Planeta Proibido) é um filme estadunidense, do ano de 1956, do gênero ficção científica, dirigido por Fred M. Wilcox. O roteiro, inspirado na peça A tempestade, de Shakespeare, depois foi adaptado para a literatura por W.J. Stuart. Além dos excelentes efeitos especiais, o filme traz um dos mais famosos e influentes personagens de ficção científica da história do cinema internacional: Robby - O Robô (que apareceria em outro filme, The Invisible Boy). Também serviu de inspiração para a futura série Star Trek, conforme contou Gene Roddenberry em sua autobiografia.
http://www.youtube.com/watch?v=lEfRieBpDVg
Ainda o Planeta Proibido
Achei na net este artigo muito interessante sobre o filme:
PLANETA PROIBIDO
Por Renato Rosatti
Planeta Proibido" (Forbidden Planet) deve ser homenageado e reverenciado sempre. O filme assinalou um marco histórico no cinema do gênero, com produção da Metro Goldwyn Mayer (MGM) e apresentou um roteiro original que oferecia um futuro onde a humanidade se aventura na vastidão do Universo através de naves espaciais que viajam com velocidades superiores a da luz. Apesar de um tema já largamente utilizado na literatura há mais de vinte anos antes, o assunto era ainda um pouco inexplorado pelo cinema conservador, que continuava estacionado em aventuras não muito distantes de nosso planeta, preferindo os nossos vizinhos Lua e Marte. A história, de autoria de Irving Block e Allen Adler, é fortemente inspirada no drama "A Tempestade", de William Shakespeare. Nele, uma embarcação encalha numa ilha encantada (no filme, o cruzador interplanetário C-57D aterriza no planeta Altair IV). Nessa ilha, um mago chamado Prospero vivia com sua filha Miranda e a criada Ariel (no filme, o filólogo Dr. Morbius com sua filha Altaira e o ajudante Robby, um robô especial). No drama de Shakespeare havia ainda o escravo de Prospero, Caliban, que no filme corresponderia ao invisível "Monstro do Id".
O roteiro ficou a cargo de Cyril Hume, que havia trabalhado em filmes do personagem "Tarzan"; a direção foi de Fred McLeod Wilcox, um aficcionado por astronomia e que havia consultado cientistas e centros de engenharia e astronáutica por três meses; e a produção ficou por conta de Nicholas Nayfack. O filme começa com a chegada do cruzador C-57D ao planeta Altair IV, a serviço dos "Planetas Unidos", com o objetivo de resgatar um grupo de cientistas colonizadores que lá haviam aterrissado vinte anos antes com a nave espacial Belerofonte, e que nunca haviam dado notícias à Terra. São então estranhamente recebidos com insatisfação pelo Dr. Edward Morbius (Walter Pidgeon) e sua filha Alta (Anne Francis), os únicos seres humanos ainda vivos, e que eram auxiliados pelo fantástico robô Robby, um dos mais famosos robôs do cinema, juntamente com o clone de Maria de Metrópolis (1926), o imponente Gort de "O Dia em que a Terra Parou" (1951) e o cômico robô da série de TV "Perdidos no Espaço" (1965-68).
O Dr. Morbius informa então ao Comandante da expedição terráquea, J. J. Adams (Leslie Nielsen), que os outros exploradores da Belerofonte haviam morrido tragicamente devido à uma força invisível e misteriosa, e que somente ele e sua filha eram imunes a essa força. Com a inexplicável insistência do Dr. Morbius em não deixar o planeta e requerer a retirada da expedição recém chegada, além da morte súbita e violenta de um dos oficiais com causas desconhecidas, o Comandante Adams decide ficar e investigar melhor o planeta proibido.
Ele então descobre os segredos de uma antiga e super desenvolvida civilização, os Krell, que vivia em Altair IV num passado muito longínquo. Essa raça conseguiu desenvolver um incomensurável poder mental que eliminou a fome, dor, medos e guerras, mas que inevitavelmente os levou também à extinção. Com o desejo do Dr. Morbius em permanecer no planeta estudando a incrível tecnologia Krell, ele torna-se inconscientemente o responsável pelo surgimento do "Monstro do Id", uma força invisível e destruidora que é uma projeção dos medos e sentimentos negativos do cientista, que se manifestam numa parte desconhecida do subconsciente de sua mente. Essa força terrível foi a causadora das mortes de seus companheiros anos antes e agora é a fonte ameaçadora dos novos visitantes.
Mas, como sempre, um final feliz e inevitável reserva a fuga intacta do cruzador de Altair IV, com o Comandante Adams levando a jovem e belíssima Altaira, principiando um previsível romance, e deixando o Dr. Morbius no planeta, que explode junto com todo o conhecimento Krell e o "Monstro do Id".
Sobre os atores principais: Walter Pidgeon (Dr. Morbius) foi o Almirante Nelson do filme "Viagem ao Fundo do Mar" (1961), que originou a série homônima da televisão poucos anos depois, com criação do lendário produtor Irwin Allen. Leslie Nielsen (Comandante Adams) é hoje bastante conhecido por seus filmes de comédia como a série "Corra que a Polícia vem aí" (1988). Anne Francis (Altaira) estrelou vários episódios de séries de TV como Além da Imaginação e "Os Invasores".
Quanto aos atores coadjuvantes: Warren Stevens (Tenente Doc Ostrow), que morre no filme ao tentar utilizar um aparelho mental dos alienígenas Krell, participou de inúmeras séries de TV dos anos 1960, sendo um rosto bastante conhecido por "Jornada nas Estrelas", "Viagem ao Fundo do Mar", "Perdidos no Espaço" e "Terra de Gigantes". Richard Anderson (Chefe Quinn), que também morre no filme sendo o primeiro oficial assassinado pelo "Monstro do Id", foi o memorável Oscar Goldman da série de TV "Cyborgue, o Homem de Seis Milhões de Dólares", além de participar também de outras nostálgicas séries como Os Invasores" e "O Fugitivo". Earl Holliman (o cozinheiro), que fez o papel cômico do filme, estrelou o episódio piloto de "Além da Imaginação", "Onde Estão Todos?", de 1959, além também de ser um marinheiro no elenco fixo da série "Viagem ao Fundo do Mar".
O robô Robby representava a síntese harmoniosa entre o progresso científico e o bem social. Cordial, ele tinha em seu programa as famosas três leis da robótica, criadas pelo escritor Isaac Asimov, e sua diretriz principal era a preservação e proteção da vida humana. Manipulado por um ator de baixa estatura que tinha que suportar os 32 quilos da roupagem do robô, a maior parte deles concentrados na cabeça, Robby tornou-se uma celebridade e foi requisitado para atuar em outro filme da MGM, "The Invisible Boy" (1957), que infelizmente não teve sucesso e o robô foi então encostado nos estúdios, vindo somente a participar como convidado de algumas séries de televisão como "Perdidos no Espaço", "Além da Imaginação" e "A Família Addams".
O cruzador interplanetário C-57D é uma das naves espaciais mais tradicionais do cinema, com seu formato típico de disco-voador. A cena em que se aproxima da superfície de Altair IV e aterriza lentamente no deserto do planeta é simplesmente antológica, num dos momentos mais memoráveis da história do cinema de Ficção Científica. A nave participou também de três episódios de "Além da Imaginação", um deles escrito por Richard Matheson, "A Nave da Morte", um dos melhores de toda a série e com a participação do ator Ross Martin (o Artemus Gordon da série de TV de western "James West").
Os efeitos especiais e cenários do filme são fantásticos. Desde o deserto com céu colorido e duas luas, passando pela casa futurista do Dr. Morbius, até a impressionante cidade subterrânea dos Krell, repleta de imensos controles com luzes piscando e enormes alavancas de acionamento, elementos típicos e sempre presentes nas produções de ficção científica antigas.
Para a realização dos efeitos do terrível "Monstro do Id", foram utilizados os serviços dos estúdios Walt Disney, sob o comando de Joshua Meador, mestre na tecnologia de animação. Um dos pontos fortes da trama era a invisibilidade do monstro, onde apareciam apenas suas pegadas na areia do deserto próximo à nave. A criatura, uma massa que se arrastava, sendo o equivalente físico dos estímulos primários deformados pelo subconsciente do Dr. Morbius, teve uma rápida materialização óptica quando entrou em contato com o campo de força do cruzador terrestre, e sua forma se assemelhava a uma enorme fera que rugia de forma ameaçadora, talvez até pudesse ser uma referência ao famoso leão Leo, símbolo da produtora MGM. A equipe de efeitos de animação precisou de mais de seis meses para concluir o seu trabalho no filme.
A música eletrônica da trilha sonora é obra de Louis e Bebe Barron, e representou uma revolução na orquestração dos filmes de ficção científica. E juntamente com as músicas de Bernard Herrmann, foram as composições mais originais do gênero.
"Planeta Proibido" foi concluído em quinze meses e o orçamento girou em torno de 1 a 2 milhões de dólares, uma quantia considerada alta para a MGM na época, pois seu filme mais caro até então tinha sido "Quo Vadis" (1951), com US$ 5 milhões. É interessante notar que com o passar dos anos, esse conceito de valores de orçamento para a produção de um filme mudou completamente, pois existem atores atualmente que ganham bem mais do que isso somente para atuarem em determinados filmes.
Na época, o filme concorreu ao cobiçado prêmio "Oscar"" na categoria de efeitos especiais, mas o vencedor acabou sendo a super produção "Os Dez Mandamentos".
"Planeta Proibido" é um dos maiores filmes de Ficção Científica de todos os tempos, geralmente presente em qualquer lista das dez produções mais significativas no gênero. E sempre que possível devemos relembrar sua importância aos que já o conhecem, ou apresentar aos que ainda o desconhecem. O filme está disponível no mercado brasileiro de vídeo VHS, e a televisão aberta costuma reprisá-lo em cópia dublada com certa regularidade. Portanto, utilizando um pequeno trocadilho, "proibido" é não conhecer Planeta Proibido.
in: http://siteantigo.bocadoinferno.com/artigos/planeta.html
Cânticos de Cecília
XXIII
Não faças de ti
Um sonho a realizar.
Vai.
Sem caminho marcado.
Tu és o de todos os caminhos.
Sê apenas uma presença.
Invisível presença silenciosa.
Todas as coisas esperam a luz,
Sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti,
Sem te falarem.
Sem lhes falares.
Não faças de ti
Um sonho a realizar.
Vai.
Sem caminho marcado.
Tu és o de todos os caminhos.
Sê apenas uma presença.
Invisível presença silenciosa.
Todas as coisas esperam a luz,
Sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti,
Sem te falarem.
Sem lhes falares.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Cânticos de Cecília
XXV
Sê o que renuncia
Altamente:
Sem tristeza da tua renúncia!
Sem orgulho da tua renúncia!
Abre a tua alma nas tuas mãos
E abre as tuas mãos sobre o infinito.
E não deixes ficar de ti
Nem esse último gesto!
Sê o que renuncia
Altamente:
Sem tristeza da tua renúncia!
Sem orgulho da tua renúncia!
Abre a tua alma nas tuas mãos
E abre as tuas mãos sobre o infinito.
E não deixes ficar de ti
Nem esse último gesto!
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Os filmes do fim de semana
Eu gosto muito desse sujeito feio e baixinho, mas extremamente brilhante que é Woody Allen. E passei a gostar mais dele depois de assitir à Interiores, filme de 1978. O filme retrata a crise de uma familia intelectual de classe média norte-americana frente à separação dos pais e à doença psiquiátrica da mãe. No contexto, emergem as crises pessoais das três filhas: duas frustradas com as próprias carreiras e a mais velha, poetisa reconhecida, vivendo um casamento conturbado com um escritor tb frustrado q não consegue sair de sua sombra. Os diálogos são reveladores dos dilemas e das faces de cada um. O escritor frustrado, na noite do segundo casamento do sogro, tenta transar com a cunhada, atriz frustrada por não conseguir papéis significativos. Justamente a cunhada q ele vive a criticar, afirmando q é fútil e vazia, mas por quem nutre desejo. Na hora H, ele se saí com essa: "Faz muito tempo q eu não transo com uma mulher de quem me sinta superior". A irmã do meio insiste em tb ser sombra dessa irmã mais velha e vive um relacionamento conturbado com a mãe por causa do apoio q sempre recebeu do pai. Estamos portanto no terreno do Complexo de Electra. O pai separa-se da mulher e envolve-se com uma viúva nada intelectual, porém cheia de vida, alegre e voltada para os prazeres simples da vida - comer, beber, dançar, cantar. Outra alfinetada de Woody Allen nas famílias intelectuais, entretanto pessimamente resolvidas. Dizem quem este é o filme de Woody Allen em q se revela com mais força a influência de Bergman. Mas o estilo do cineasta americano nos faz rir e, com a ironia mordaz q lhe é peculiar, nos esfrega um monte de coisa na cara.
O outro filme a q assisti foi Vagas estrelas da Ursa do conde vermelho Luchino Visconti, expoente do neo-realismo italiano. Filme protagonizado pela belíssima Claudia Cardinale q retrata tb relações familiares conflituosas e toca na questão dos judeus durante a segunda grande guerra. A obra é uma atualização da tragédia grega de Electra, pois a personagem Sandra volta à terra natal para encerrar um ciclo em sua vida marcado pelo resgate da memória do pai, cientista judeu preso e morto pelos nazistas. E nesse retorno, reencontra sua mãe à qual acusa de ter traído e entregue o pai.Diferentemente de Woody Allen, o filme de Visconti mantem sempre tenso o fio da narrativa.
Leituras
Sob indicação da amiga Ju Gervason, li, nestes últimos dois dias, Jane Eyre de Charlotte Brontë, a irmã da autora de Morro dos Ventos Uivantes. O romance q narra a história da preceptora pobre e órfã, Jane Eyre, segue os mesmos padrões dos romances do século dezenove. É uma história romântica, com uma protagonista pobre e sofredora, envolvida num amor quase impossível por um patrão rico. O enredo é cheio de voltas e reviravoltas, mas com final feliz. O estilo é bem ao gosto do romantismo com trechos açucarados e descrições detalhadas de ambientes e pessoas. A mim, isso me cansa. Então, de fato pulei trechos descritivos ou diálogos q já intuia aonde iriam dar. Vale como uma leitura de um clássico e para nos mostrar o percurso da narrativa no ocidente. Aos brasileiros, especificamente, fica uma sensação de novela das oito (quer dizer das nove) ao final da leitura. Bom conhecer as fontes.
sábado, 2 de julho de 2011
Leituras
Li, num jato, sem conseguir me despregar, de ontem pra hoje, o Lavoura Arcaica do Raduan Nassar. O livro me prendeu como o filme, mas me deixou muito mais à beira de uma lâmina fina. O estilo rápido, denso e voluptuoso do texto quase nos afoga. E a sensação de terra fresca, húmus, sombra, misturados com austeridade paterna e sensualidade materna nos arremessam no mesmo conflito do personagem André, envolvido num amor natural e incestuoso pela irmã Ana. Amor gerado dentro da própria austeridade religiosa do pai. A párabola do filho pródigo, as leis severas dos Dez Mandamentos, o amor vicejando em todo o ambiente natural (nos pássaros, nas árvores, na terra úmida), os sentidos provocados constantemente, deixando a carne acesa... a vida grita dentro do texto, a vida brota em ramagens diversas, em flores, em animais, a vida se putrefaz em drosófilas varejeiras que sombreiam os sermões do pai. Só lendo pra saber.
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