segunda-feira, 4 de julho de 2011

Os filmes do fim de semana

Eu gosto muito desse sujeito feio e baixinho, mas extremamente brilhante que é Woody Allen. E passei a gostar mais dele depois de assitir à Interiores, filme de 1978. O filme retrata a crise de uma familia intelectual de classe média norte-americana frente à separação dos pais e à doença psiquiátrica da mãe. No contexto, emergem as crises pessoais das três filhas: duas frustradas com as próprias carreiras e a mais velha, poetisa reconhecida,  vivendo um casamento conturbado com um escritor tb frustrado q não consegue sair de sua sombra. Os diálogos são reveladores dos dilemas e das faces de cada um. O escritor frustrado, na noite do segundo casamento do sogro, tenta transar com a cunhada, atriz frustrada por não conseguir papéis significativos. Justamente a cunhada q ele vive a criticar, afirmando q é fútil e vazia, mas por quem nutre desejo. Na hora H, ele se saí com essa: "Faz muito tempo q eu não transo com uma mulher de quem me sinta superior". A irmã do meio insiste em tb ser sombra dessa irmã mais velha e vive um relacionamento conturbado com a mãe por causa do apoio q sempre recebeu do pai. Estamos portanto no terreno do Complexo de Electra. O pai separa-se da mulher e envolve-se com uma viúva nada intelectual, porém cheia de vida, alegre e voltada para os prazeres simples da vida - comer, beber, dançar, cantar. Outra alfinetada de Woody Allen nas famílias intelectuais, entretanto pessimamente resolvidas. Dizem quem este é o filme de Woody Allen em q se revela com mais força a influência de Bergman. Mas o estilo do cineasta americano nos faz rir e, com a ironia mordaz q lhe é peculiar, nos esfrega um monte de coisa na cara.  
       O outro filme a q assisti foi Vagas estrelas da Ursa do conde vermelho Luchino Visconti, expoente do neo-realismo italiano. Filme protagonizado pela belíssima Claudia Cardinale q retrata tb relações familiares conflituosas e toca na questão dos judeus durante a segunda grande guerra. A obra é uma atualização da tragédia grega de Electra, pois a personagem Sandra volta à terra natal para encerrar um ciclo em sua vida marcado pelo resgate da memória do pai, cientista judeu preso e morto pelos nazistas. E nesse retorno, reencontra sua mãe  à qual acusa de ter traído e entregue o pai.Diferentemente de Woody Allen, o filme de Visconti mantem sempre tenso o fio da narrativa.

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