CANTO DE SOMBRA
O canto de sombra e umidade no quintal.
Do muro de pedra escorre o fio d'água,
manso, no verde limoso, eternamente.
Uma gota e outra gota, no silêncio
onde só as formigas trabalham
e dorme um gato e dorme o futuro das coisas
que doerão em mim, desprevenido.
Crescem , rasteiras, plantas sem pretensão
de utilidade ou beleza.
Tudo simples. Anônimo.
O sol é um ouro breve. A paz existe
na lata abandonada de conserva
e no mundo.
Eu e minhas incursões pelo fundo do quintal, quando menina, buscando a desimportância das coisas. Nessa época eu já intuía Manoel de Barros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário