O novo governo central
que assumiu o poder há coisa de dois anos mais ou menos
resolveu modificar a política externa
e, no novo alinhamento político estabelecido,
houve por bem recriar o exército
e dar-lhe como missão principal a defesa das fronteiras.
Assim, agora, o ministério das relações externas
comanda o exército
e as fronteiras, antes abertas
e constantemente violadas,
porque o governo anterior era fraco e ingênuo,
nada conhecedor dos meandros sutis
presentes nas relações externas,
agora são vigiadas dia e noite.
Relações de amizade que, na grande maioria dos casos,
nada mais são do que relações comerciais
onde o lucro é sempre o objetivo maior.
Assim sendo, o novo governo central
comunica às nações amigas
que os portos estão abertos,
que as fronteiras têm portões de acesso,
que o povo está em sereníssima paz,
em fervilhante processo de fortalecimento da nação,
que a arte e a literatura são o alimento cotidiano de todos,
que os embaixadores estão sempre dispostos ao diálogo,
mas nada, em hipótese alguma,
deve ferir a soberania nacional.
Porque a paz,
a paz é filha natural da guerra.
A guerra acabou,
foram muitos os mortos e os feridos.
Agora a paz floresce,
cultivada cotidianamente,
e defendida arduamente.
Segundo o novo governo central
a grande divisa com a qual todos concordam
é a de que
uma nação forte
se constrói na paz
e se mantém na força.
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